Quem sou eu

Fisioterapeuta, Especialista Profissional em Acupuntura/MTC. Mestre e Doutor em Fisiologia Humana (UFRGS). Pós Graduado em Tratamento da Dor e Medicina Paliativa (UFRGS).

Gastos com dor crônica nos EUA são exorbitantes


Até o presente momento não se pode dimensionar o impacto dos gastos com a dor crônica sobre a saúde e sobre o mercado de trabalho. Entretanto, pesquisadores da Universidade Johns Hopkins calcularam os custos econômicos anualmente gastos no tratamento da dor crônica nos EUA, avaliando os custos incrementais de cuidados com a saúde devido à dor e os custos indiretos devido a menor produtividade no trabalho. Eles compararam os custos de cuidados com a saúde das pessoas que sofrem com dor crônica, com aqueles que não relatam sofrer de tal patologia.

Os autores definiram pessoas com dor como sendo aquelas que têm sua capacidade limitada para o trabalho, como as diagnosticadas com dor nas articulações ou artrite, ou que possuem alguma outra patologia que se caracteriza pela dor crônica. Para medir os custos indiretos, eles usaram um modelo que prevê os custos dos cuidados em saúde. Assim, se o paciente teve qualquer tipo de custos no tratamento da dor e com a saúde, esse valor foi subtraído dos gastos com pessoas que não têm dor. Os impactos dos custos incrementais de condições de dor foram calculados para os contribuintes sobre vários serviços de saúde.

Os resultados mostraram que os gastos médios de cuidados com a saúde para os adultos foram 4.475 dólares. Estimativas de prevalência de condições de dor foram de 10% para a dor moderada, 11% para dor severa, 33% para dor comum, 25% para a artrite e 12% para aqueles que possuem incapacidade funcional devido à dor. Pessoas com dor moderada tiveram gastos com saúde maior do que pessoas sem nenhuma dor, e os portadores de dor intensa tiveram um custo mais elevado do que aqueles com dor moderada. Além disso, os adultos com dor perderam mais dias de trabalho do que as pessoas sem dor. A dor impacta negativamente três componentes da produtividade: dias de trabalho perdido, número de horas anuais trabalhadas e perda de salário por hora.

Com base na análise dos dados, os autores determinaram que o custo total para a dor nos Estados Unidos variou de 560 a 635 bilhões de dólares. O total de custos incrementais de cuidados de saúde devido à dor variou de 261 a 300 bilhões de dólares e o valor da perda de produtividade variou de 299 a 334 bilhões de dólares. Em comparação com outras doenças graves, o custo por pessoa com dor é menor, mas o custo total é mais elevado.

O que se deve levar em conta além dos gastos com a dor em si são os gastos com as doenças adjacentes ao processo doloroso. É muito difícil desvincular um processo do outro, já que na maioria das vezes os pacientes que sofrem de dores crônicas também sofrem de outras enfermidades. Além disso, esta estimativa no Brasil ainda não pode ser relatada, porque existem controvérsias quanto ao número de portadores de dores crônicas, além de existir poucos centros especializados no tratamento da dor.

Texto de Miriam das Dores Mendes Fonseca.

Referência: Gaskin, D.J., Richard, P. The Economic Costs of Pain in the United States. The Journal of Pain 2012; 13(8):715-724

Classificação da Dor Crônica da IASP


Uma versão atualizada da Classificação da Dor Crônica esta disponível no site da Associação Internacional para Estudo da Dor (IASP). Essa publicação fornece aos pesquisadores e clínicos que atuam na área de dor, um vocabulário revisado e aprovado, com as definições da sua área de atuação. Confira a nova publicação da IASP no link abaixo.

Classification of Chronic Pain: Descriptions of Chronic Pain