Quem sou eu

Fisioterapeuta, Especialista Profissional em Acupuntura/MTC. Mestre e Doutor em Fisiologia Humana (UFRGS). Pós Graduado em Tratamento da Dor e Medicina Paliativa (UFRGS).

Eletroacupuntura ativa a rota do L-arginina-NO-GMPc

A teoria de sensibilização central tem sido definida como essencial para o entendimento das mudanças nos neurônios do sistema nervoso central, devido à inflamação periférica ou ao dano neuropático. A lesão tecidual leva à liberação de neurotransmissores excitatórios e neuropeptídios (e.g. glutamato e substância P) das fibras aferentes no corno dorsal da medula espinal. Nessa situação, ocorre a ativação de receptores NMDA pelo glutamato, levando o influxo de Ca2+ e iniciando uma cascata enzimática, evocando a liberação de óxido nítrico (NO) e prostaglandinas (PGs) pró-inflamatórias. A liberação de NO e de PGs leva ao aumento da sensibilização neural, sustentando o processo de manutenção da hiperalgesia. No entanto, o NO parece um tanto controverso na sua função relacionada à manutenção dolorosa. Estudos recentes demonstram que a via L-arginina-NO está envolvida na analgesia central e periférica. A eletroacupuntura (EA) pode agir como um modulador bioquímico no corno dorsal na medula espinal, o que poderia prevenir mudanças e auxiliar na compreensão do papel do NO na hiperalgesia. Pesquisadores cubanos investigaram os efeitos analgésicos da EA (10Hz, 3 mA) sobre o modelo animal de hipernocicepção induzida por carragenina em combinação com um inibidor da síntese de NO, o L-NAME. Em adição, foi investigado o papel da EA em combinação com uma subdose de quetamina, um anestésico antagonista do NMDA. Foi demonstrado que a associação de L-NAME + EA aboliu o efeito analgésico da acupuntura, assim como reduziu a concentração plasmática de metabólitos de NO. Por outro lado, a EA isolada manteve uma alta concentração plasmática de metabólitos de NO, sugerindo sua participação no mecanismo analgésico da EA. A quetamina associada à EA apresentou um efeito analgésico mais potente a essa intervenção. Os autores atribuem esses resultados à ativação da rota L-arginina-NO-cGMP. A ativação dessa rota leva à abertura dos canais de K+ATP, que reverte a hipernocicepção com ativação de proteína quinase G.